terça-feira, 17 de setembro de 2013

A vontade

A vontade de avançar é maior do que a de recuar.
A necessidade de recuar é iminente.

A vontade de abandonar é maior do que a de investir.
A necessidade de investir é a que se impõe.

A vontade de prender é maior do que a de libertar.
A necessidade de libertar é a que sobra.

A vontade de fugir é maior do que a de ficar.
A necessidade de ficar é a que impera.

Pare.

Pare de dizer com a boca
aquilo que o coração teima
em não saber explicar.

Faz mal, é imoral ou engorda.

Faz mal.

Aquele amor louco, desesperado, aquela paixão sem freios com um abismo do lado. Aquele amor que suga nossas energias e sem o qual supostamente não podemos viver. Um sufoco, uma agonia, um não-sei-respirar-sem-você. Uma cegueira absurda, uma surdez sem limite, um ciúme que deixa de recordação uma gastrite.

É imoral.

Aquele amor de beco, escondido, com receio, aquele que ninguém pode saber. Num canto escuro, um sussurro e algumas mensagens que procedem o encontro sujo. Aquele amor de vinho, que a sobriedade não permite esquecer. Um amor impossível, que à noite é tão quente, e de dia esfria triste, um amor ébrio que deixa apenas o cheiro do perfume, que persiste.

Ou Engorda.

Aquele amor calmo e sereno, que envolve nos braços, que são suaves aos abraços, que a noite de amor acaba numa sobremesa de chocolate. Aquele romance quase apagado, um amor da sala pro quarto. Algumas horas assistindo filme num sofá desbotado. Uma mistura de pipoca e restaurantes, sem espaço para intensidade. Um prato de comida morna e sem vontade.

Me deixa saber...

Quero saber se encontrei, pelo menos metade, das respostas que procurei, ou se continuei uma questionadora incansável, quero saber se um dia minha cabeça me deu paz de tanta indagação. Sabe o que eu quero saber também? Quando que você vai acelerar o passo, adiantar esses ponteiros e me deixar saber se tudo deu certo, ou não.

Quero saber se peguei o melhor caminho e se troquei aquele carro velho, que era o meu xodó. Quero saber quantas pessoas permaneceram comigo e quantas não. Quero saber quantas coisas deixei inacabadas, quantos medos adquiri ou superei. E o medo de avião? Será que eu deixei? Acho que você poderia me adiantar uns dias para eu saber que gosto tem o amanhã.

Quero saber se virei um barro duro que não molda e ninguém acerta a mão, ou se continuei mudando e me surpreendendo com as novas imagens que vejo no espelho, quero saber quantas novas rugas brotaram dos meus olhos e quantas lágrimas também. Quero saber se consegui, finalmente, dormir direito, se coloquei a felicidade no lugar da frustração e se um dia eu tive coragem de tirar os sonhos do travesseiro. Quero saber.

Mas você continua o seu caminho e, porra, como você anda devagar. Não que eu tenha pressa na velhice, mas eu só queria ir lá no fim e voltar. Só pra acabar com a ansiedade e saber se tudo correu bem.

Estamos Juntos.

Vamos fingir que estamos juntos. E que juntos fazemos planos. E que os planos fazem sentido. E que o sentido certo é o caminho que tomamos. E que, de mãos dadas, tomamos mais um refresco. E que o refresco é a água fria que desce no corpo. E que um corpo sem o outro é metade. E que metade do amor é esforço. E que não é esforço ficar do meu lado. E que o lado direito é onde você dorme. E que dormir é mais do que dividir o metro quadrado. E que nesse quadrado somos inteiros. E inteiros sonhamos quando estamos deitados. E sonhando fingimos que nos amamos. E amando fazemos falsos planos.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Mistake or Strong?

Seria um erro meu acreditar que ainda exista amor? Será que é muito ingênuo da minha parte acreditar que ainda exista pessoas que são capazes de amar verdadeiramente?
Eu amo, eu tenho muito amor em mim. E acho que isso alimenta muito essa minha "ingenuidade". Acredito que exista pessoas como eu, que estão dispostas a amar verdadeiramente o próximo. Me pego pensando muitas vezes sobre esse assunto e não chego a conclusão nenhuma. Cada vez mais eu me decepciono com o ser humano de uma forma geral, vejo que a maioria é desacreditada, que a maioria é medrosa, que tem medo de se entregar, que a maioria possui medo do que o próximo pode proporcionar. Eu tenho medo também, das mágoas e feridas que podem nunca cicatrizar, mas eu sempre estou disposta a arriscar, a enfrentar o novo.
Sabe, me descubro forte em determinadas situações que a vida me prega, e devido a isso eu enxergo além do que os olhos podem ver. E o meu dom particular de observar atitudes das pessoas, me faz com que eu perceba logo quem é pro amor e quem é pro medo. Eu me considero pros dois! Um pouco aqui, um pouco ali... e assim vou sobrevivendo. E assim vou enfrentando, despedaçando a maioria das vezes mas consigo me recompor e me preparar para o que há de vir. Mas, mesmo me notando forte, as vezes me pego tão frágil... sabe aquele feto na barriga da mãe? Então, me pego necessitada de proteção, de calor. Afinal, tenho uma delicadeza própria do sexo feminino, né? rs

Enfim, essas palavras saíram porque no momento, estou reavaliando umas situações que andam acontecendo e eu não estou entendendo muito bem o caminhar. Estava tudo tão caloroso e de repente se tornou tão "cold". Como diria a Florence and the machine: "so cold but so sweet." Estava tão acostumada, apegada, que agora me vejo sem esses laços e me sinto meio que vazia. (Vazia não seria a palavra adequada, mas foi a única que me veio a cabeça.)

Percebo que existe em mim um dom excepcional de me abrir pro bem, pro que acrescenta, pro que preenche. E me admiro muito por isso, viu? Tenho motivos incontáveis para não ser assim, e continuo sendo. Mesmo esse dom me traindo muitas das vezes, eu me admiro muito por possuir isso em mim. Pena que a maioria das pessoas não enxergam isso, ou ignoram e automaticamente, não valorizam.

É isso, um texto bem particular, de alguém bem intensa e que possui um estilo bem próprio de seguir a vida! 

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Uma faísca.

Pessoas são realmente uma coisa engraçada né. A gente passa por cada barra, sofre, chora, se descabela. Passam-se os anos e nos convencemos que passou, que superamos. Que estamos prontas pra outra. Daí que surge uma pessoa, você reconhece que essa pessoa te faz bem, namora, gosta, até ama... mas percebe que não com aquela intensidade que você sabe que é capaz. Termina, se sente bem em estar sozinho. Ok! Eis que surge uma outra pessoa, e faz você sentir borboletas no estômago. Aí, você lembra que quando sofreu e se descabelou por outrem há anos atras, no início era exatamente assim... um carinho gostoso, um sentimento de conforto, a sensação de que achou a tampa da panela. Sente borboletas no estômago toda vez que aquela janela do bate-papo abre, e quando está junto esquece todo o resto. Lembra que palavras lindas foram ditas, que preocupações foram demonstradas... exatamente como atualmente vem acontecendo. Nesse momento você percebe que o medo se encontra ainda em você. Que depois de anos, você ainda tem aquela mágoa, aquele trauma, aquela dor. Não por ainda ter sentimento, sabe? Mas, por ainda ter medo de amar. Sim, medo de amar! Medo de ser amada. Ainda acha que todas as pessoas são iguais e que você irá sofrer como antes. Onde fica a parte do "eu superei!",  a parte do "estar pronta pra outra"?!

É, eu percebo o quanto eu tenho medo de amar. Eu percebo o quanto isso tudo me assusta, o fato de eu me entregar pra alguém me deixa desesperada! Isso aconteceu comigo uma vez na vida, e foi quando eu mais quebrei o coração. Me tornei uma pessoa tão medrosa, tão descrente... E eu só percebo isso agora, que estou de cara com uma situação complicadíssima (ao meu ver). Ao mesmo tempo que eu quero me entregar e confiar que é isso que precisa ser feito, outra parte de mim me puxa pra trás e me faz lembrar do quando eu sofri, e que eu posso estar buscando o mesmo sofrimento de antes.
Complicado né? Você perceber que não superou nada, que ainda sente o mesmo medo do amor. Complicadíssimo quando você percebe que, pela segunda vez na sua vida, você pode estar se entregando de corpo e alma pra alguém. Mais complicado ainda é quando você não tem boas experiências nesse quesito.
O que fazer pra você e seu sub-consciente entenderem que ninguém é igual e que todo mundo, inclusive você, precisa de uma nova chance de ser feliz?! Eu não sei o que fazer, qual decisão tomar... Por enquanto, eu to deixando o tempo fazer o seu papel. Mas sabe o que é pior?! A vida, o vento, as circunstâncias estão todas me levando para aquele "lar"...


"Sabe aquele pote de feijão que você achou que era sorvete? O amor é mais ou menos isso." - Soulstripper.